terça-feira, 30 de maio de 2017

Madeiras Industrializadas

Madeiras Industrializadas

As madeiras industrializadas são madeiras transformadas por processos industriais, e tem como objetivo de controle de heterogeneidade, anisotropia e dimensões.

MDF (Medium Density Fiberboard – painel de fibras de média densidade)


Móvel MDF



Composição: fibras de madeira aglutinadas e compactadas com resina sintética por meio de pressão e calor. As fibras são pedaços maiores do que as partículas que compõem o MDP e o aglomerado.

Aparência: ao olhar para as laterais do material sem revestimento, percebe-se que ele é uniforme e liso, constituído de fibras que deixam a superfície com o mesmo aspecto das bordas.

Tipos de revestimento: comporta pintura simples e laqueada, laminados e impressões.

Dimensões: a medida mais encontrada é de chapas de 2,75 x 1,83 m. As espessuras vão de 3 a 30 mm.

Uso: “É bastante empregado em peças frontais e fundos de móveis, além de laterais e fundos de gavetas”, aponta Rosane Dill Donati, da Abipa.

Vantagens e desvantagens: “No Brasil, a produção do MDF começou em 1997, para competir com o aglomerado, muito usado na época”, conta o arquiteto Antonio Franco, de São Paulo. Dentre as qualidades, destacam-se a facilidade para executar trabalhos em baixo-relevo, entalhes e usinagens (processo que resulta em cortes bem acabados e dá diferentes formas ao móvel); a espessura a partir de 3 mm, contra os 9 mm mínimos do MDP, por exemplo; a boa resistência na aplicação das ferragens; e a alta resistência a empenamentos.

HDF (High Density Fiberboard – painel de fibras de alta densidade)


Móvel HDF



Composição: são fibras de madeira que passam por processo semelhante ao do MDF – a diferença é a maior pressão aplicada durante a fabricação.

Aparência: as chapas são homogêneas e possuem superfície lisa, uniforme, de alta densidade e pequena espessura.

Tipos de revestimento: pode receber pinturas e vernizes, além de aceitar bem os laminados.

Dimensões: os painéis costumam medir 2,75 x 1,85 m, com as menores espessuras – de 2,5 a 6 mm.

Uso: funciona bem como lateral e fundo de móveis, gavetas e divisórias. O HDF também é utilizado em artesanato e na produção de brinquedos.

Vantagens e desvantagens: como o MDF, serve para trabalhos de usinagem e entalhes. “Por ser um material de alta densidade, suporta mais peso e pode vencer vãos maiores sem a necessidade de reforço”, explica o arquiteto e designer paulista Paulo Alves, sócio da Marcenaria São Paulo. Logo, o HDF é mais caro. Ainda assim, quando não é necessária uma base tão segura, o MDF é uma alternativa melhor.

MDP (Medium Density Particleboard – painel de partículas de média densidade)


Móvel MDP



Composição: as placas são feitas de partículas de madeira. As partículas maiores ficam no meio do painel, e as mais finas são colocadas nas superfícies externas, formando três camadas. São aglutinadas e compactadas com resina sintética por meio de pressão e calor. As partículas são menores do que as fibras de madeira que compõem o MDF e as lâminas do compensado. “Considerado uma evolução do aglomerado, o material é resultado de grandes investimentos no desenvolvimento desse produto”, explica Graça Berneck Gnoatto, diretora comercial da Berneck, empresa que produz e comercializa painéis de madeira, de Araucária, PR.

Aparência: é possível ver as camadas na lateral da chapa. “As partículas finas se acomodam nas faces, e as mais grossas, no miolo”, indica Graça.

Tipos de revestimento: aceita pintura simples e laqueada, laminados e impressões.

Dimensões: a medida mais encontrada é 2,75 x 1,84 m. As espessuras vão de 9 a 28 mm.

Uso: portas, prateleiras, divisórias, tampos retos e laterais de móveis e gavetas. 

Vantagens e desvantagens: por levar micropartículas na composição, não pode receber usinagens e entalhes profundos. Dentre as vantagens, ressaltam-se a boa fixação das ferragens específicas, pois o MDP possui partículas grossas no miolo que as sustentam; a menor absorção de umidade se comparado ao MDF (sua densidade é superior a 900 kg/m³, contra 730 kg/m³ do MDF); a boa aderência da tinta na hora de pintar; e o preço mais em conta. Mas é preciso ficar atento: muitos vendedores afirmam que o MDP é exatamente o mesmo material que o aglomerado, o que não é verdade.

Aglomerado


Móvel Aglomerado



Composição: os painéis de partículas de madeira são menos usados atualmente, pois perderam lugar para o MDP. “O aglomerado brasileiro produzido na década de 60 era diferente do fabricado no restante do mundo – tinha mais qualidade, pois era feito de cavacos de madeira, e não de resíduos industriais”, conta Rosane, da Abipa. “O problema é que as empresas fabricantes de módulos e armários utilizavam as mesmas ferragens da madeira maciça, mas, como o aglomerado tem espaços ocos internamente, não as fixava. Por isso, a má fama do produto”, explica Paulo Alves. Com a evolução dos processos tecnológicos, ele perdeu espaço para o MDP. É preciso também levar em conta que, na fabricação de aglomerados, ainda são usadas madeiras tropicais provenientes de florestas nativas – outro ponto a favor do MDP.

Aparência: não é possível distingui-lo visualmente de uma chapa de MDP.

Tipos de revestimento: “Aceita bem pinturas e vernizes, mas não os laminados, pois sua superfície não é tão lisa e uniforme quanto a do MDF ou MDP”, esclarece Paulo.

Dimensões: a medida mais comum é 2,75 x 1,83 m. As espessuras variam de 8 a 40 mm.

Uso: pode compor portas, laterais de móveis, gavetas e prateleiras, porém somente com as ferragens específicas para o material.

Vantagens e desvantagens: “Se comparado ao MDF e ao MDP, ele tem menores chances de empenar, pois recebe menos pressão na fabricação”, afirma o designer. Porém, não suporta tanto peso quanto o MDP, segundo Atílio Formágio Neto, coordenador de produtos da Masisa Brasil, empresa de Curitiba que fabrica e comercializa painéis de madeira.

Compensado


Móvel Compensado



Composição: os painéis são formados de lâminas de madeira sobrepostas e cruzadas, unidas por adesivos e resinas por meio de pressão e calor. Há dois tipos de compensado: o multilaminado, composto apenas de lâminas sobrepostas e cruzadas, e o sarrafeado, que possui essa estrutura nas superfícies, mas tem, no interior, um tapete formado de madeira serrada. O segundo é mais caro devido ao processo de fabricação e à menor procura. “Pouca gente sabe que o sarrafeado empena menos do que o multilaminado, que é mais difundido”, comenta Paulo Alves.

Aparência: o compensado multilaminado (foto) é uniforme, com laterais que acompanham a superfície. Já as laterais do sarrafeado mostram um miolo que se diferencia das lâminas.

Tipos de revestimento: recebe pinturas e vernizes, mas, se o revestimento for laminado, corre o risco de apresentar bolhas com o passar do tempo. 

Dimensões: a medida mais comum é de chapas de 2,20 x 1,60 m. Os multilaminados de 3 a 6 mm de espessura possuem três lâminas, e os de 8 a 18 mm (foto), cinco. 

Uso: móveis e painéis divisórios.

Vantagens e desvantagens: as chapas de compensado são as madeiras industrializadas mais antigas – chegaram ao Brasil na década de 40. “Como o nome diz, uma lâmina compensa as tensões no sentido contrário da outra. Assim, ao receber peso, as fibras o distribuem melhor, o que torna o conjunto bem estável”, esclarece Antonio Franco. Apesar de ser muito resistente e durável – diversos especialistas acreditam que seja a melhor das opções -, depois do advento do MDP e do MDF, o compensado perdeu espaço por ser mais caro e menos sustentável. “Segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), 40% do compensado brasileiro ainda é produzido com matéria-prima proveniente de floresta nativa”, enfatiza o arquiteto.

OSB (Oriented Strand Board – painel de lascas de madeira orientadas)


Móvel OSB



Composição: lascas de madeira são prensadas em três camadas perpendiculares e unidas com resina aplicada sob alta pressão e temperatura.

Aparência: as grandes lascas ficam evidentes.

Tipos de revestimento: normalmente, não recebem acabamento. “Por ser rugoso, o OSB aceita somente aplicação de vernizes e tinta. Produtos laminados não aderem bem”, afirma Paulo Alves.

Dimensões: as placas costumam medir 2,20 x 1,10 m e 2,44 x 1,22 m. As espessuras vão de 6 a 30 mm.


Uso: vistas como tapumes em obras, as chapas também são empregadas em painéis, móveis e projetos alternativos de decoração. Por ser fabricado com cola resistente à umidade, o OSB pode ser ainda opção para móveis de ambientes externos. 

Vantagens e desvantagens: “A mais barata das chapas é a mais impermeável”, garante o designer. Quanto à força e à capacidade de suportar cargas, tem características semelhantes às dos painéis de MDF e de MDP.

Referências

http://casa.abril.com.br/materiais-construcao/chapas-de-madeira-um-raio-x-dos-materiais-mais-usados-na-confeccao-de-moveis/
https://duasguriasdesign.wordpress.com/2016/03/07/madeira-industrializadas/


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