Madeiras
Industrializadas
As madeiras industrializadas são madeiras transformadas por
processos industriais, e tem como objetivo de controle de heterogeneidade,
anisotropia e dimensões.
MDF (Medium Density
Fiberboard – painel de fibras de média densidade)
Móvel MDF
Composição: fibras de madeira aglutinadas e compactadas com
resina sintética por meio de pressão e calor. As fibras são pedaços maiores do
que as partículas que compõem o MDP e o aglomerado.
Aparência: ao olhar para as laterais do material sem
revestimento, percebe-se que ele é uniforme e liso, constituído de fibras que
deixam a superfície com o mesmo aspecto das bordas.
Tipos de revestimento: comporta pintura simples e laqueada,
laminados e impressões.
Dimensões: a medida mais encontrada é de chapas de 2,75 x
1,83 m. As espessuras vão de 3 a 30 mm.
Uso: “É bastante empregado em peças frontais e fundos de
móveis, além de laterais e fundos de gavetas”, aponta Rosane Dill Donati, da
Abipa.
Vantagens e desvantagens: “No Brasil, a produção do MDF
começou em 1997, para competir com o aglomerado, muito usado na época”, conta o
arquiteto Antonio Franco, de São Paulo. Dentre as qualidades, destacam-se a
facilidade para executar trabalhos em baixo-relevo, entalhes e usinagens
(processo que resulta em cortes bem acabados e dá diferentes formas ao móvel);
a espessura a partir de 3 mm, contra os 9 mm mínimos do MDP, por exemplo; a boa
resistência na aplicação das ferragens; e a alta resistência a empenamentos.
HDF (High Density
Fiberboard – painel de fibras de alta densidade)
Móvel HDF
Composição: são fibras de madeira que passam por processo
semelhante ao do MDF – a diferença é a maior pressão aplicada durante a
fabricação.
Aparência: as chapas são homogêneas e possuem superfície
lisa, uniforme, de alta densidade e pequena espessura.
Tipos de revestimento: pode receber pinturas e vernizes,
além de aceitar bem os laminados.
Dimensões: os painéis costumam medir 2,75 x 1,85 m, com as
menores espessuras – de 2,5 a 6 mm.
Uso: funciona bem como lateral e fundo de
móveis, gavetas e divisórias. O HDF também é utilizado em artesanato e na
produção de brinquedos.
Vantagens e
desvantagens: como o MDF, serve para trabalhos de usinagem e entalhes. “Por ser
um material de alta densidade, suporta mais peso e pode vencer vãos maiores sem
a necessidade de reforço”, explica o arquiteto e designer paulista Paulo Alves,
sócio da Marcenaria São Paulo. Logo, o HDF é mais caro. Ainda assim, quando não
é necessária uma base tão segura, o MDF é uma alternativa melhor.
MDP (Medium Density
Particleboard – painel de partículas de média densidade)
Móvel MDP
Composição: as placas são feitas de partículas de madeira.
As partículas maiores ficam no meio do painel, e as mais finas são colocadas
nas superfícies externas, formando três camadas. São aglutinadas e compactadas
com resina sintética por meio de pressão e calor. As partículas são menores do
que as fibras de madeira que compõem o MDF e as lâminas do compensado.
“Considerado uma evolução do aglomerado, o material é resultado de grandes
investimentos no desenvolvimento desse produto”, explica Graça Berneck Gnoatto,
diretora comercial da Berneck, empresa que produz e comercializa painéis de
madeira, de Araucária, PR.
Aparência: é possível ver as camadas na lateral da chapa.
“As partículas finas se acomodam nas faces, e as mais grossas, no miolo”,
indica Graça.
Tipos de revestimento: aceita pintura simples e laqueada,
laminados e impressões.
Dimensões: a medida mais encontrada é 2,75 x 1,84 m. As
espessuras vão de 9 a 28 mm.
Uso: portas, prateleiras, divisórias, tampos retos e
laterais de móveis e gavetas.
Vantagens e desvantagens: por levar
micropartículas na composição, não pode receber usinagens e entalhes profundos.
Dentre as vantagens, ressaltam-se a boa fixação das ferragens específicas, pois
o MDP possui partículas grossas no miolo que as sustentam; a menor absorção de
umidade se comparado ao MDF (sua densidade é superior a 900 kg/m³, contra 730
kg/m³ do MDF); a boa aderência da tinta na hora de pintar; e o preço mais em
conta. Mas é preciso ficar atento: muitos vendedores afirmam que o MDP é
exatamente o mesmo material que o aglomerado, o que não é verdade.
Aglomerado
Móvel Aglomerado
Composição: os painéis de partículas de madeira são menos
usados atualmente, pois perderam lugar para o MDP. “O aglomerado brasileiro
produzido na década de 60 era diferente do fabricado no restante do mundo –
tinha mais qualidade, pois era feito de cavacos de madeira, e não de resíduos
industriais”, conta Rosane, da Abipa. “O problema é que as empresas fabricantes
de módulos e armários utilizavam as mesmas ferragens da madeira maciça, mas,
como o aglomerado tem espaços ocos internamente, não as fixava. Por isso, a má
fama do produto”, explica Paulo Alves. Com a evolução dos processos
tecnológicos, ele perdeu espaço para o MDP. É preciso também levar em conta
que, na fabricação de aglomerados, ainda são usadas madeiras tropicais
provenientes de florestas nativas – outro ponto a favor do MDP.
Aparência: não é possível distingui-lo visualmente de uma
chapa de MDP.
Tipos de revestimento: “Aceita bem pinturas e vernizes, mas
não os laminados, pois sua superfície não é tão lisa e uniforme quanto a do MDF
ou MDP”, esclarece Paulo.
Dimensões: a medida mais comum é 2,75 x 1,83 m. As espessuras
variam de 8 a 40 mm.
Uso: pode compor portas, laterais de móveis, gavetas e
prateleiras, porém somente com as ferragens específicas para o material.
Vantagens e desvantagens: “Se comparado ao MDF e ao MDP, ele
tem menores chances de empenar, pois recebe menos pressão na fabricação”,
afirma o designer. Porém, não suporta tanto peso quanto o MDP, segundo Atílio
Formágio Neto, coordenador de produtos da Masisa Brasil, empresa de Curitiba
que fabrica e comercializa painéis de madeira.
Compensado
Móvel Compensado
Composição: os painéis são formados de lâminas de madeira
sobrepostas e cruzadas, unidas por adesivos e resinas por meio de pressão e
calor. Há dois tipos de compensado: o multilaminado, composto apenas de lâminas
sobrepostas e cruzadas, e o sarrafeado, que possui essa estrutura nas
superfícies, mas tem, no interior, um tapete formado de madeira serrada. O
segundo é mais caro devido ao processo de fabricação e à menor procura. “Pouca
gente sabe que o sarrafeado empena menos do que o multilaminado, que é mais difundido”,
comenta Paulo Alves.
Aparência: o compensado multilaminado (foto) é uniforme, com
laterais que acompanham a superfície. Já as laterais do sarrafeado mostram um
miolo que se diferencia das lâminas.
Tipos de revestimento: recebe pinturas e vernizes, mas, se o
revestimento for laminado, corre o risco de apresentar bolhas com o passar do
tempo.
Dimensões: a medida mais comum é de chapas de 2,20 x 1,60 m. Os
multilaminados de 3 a 6 mm de espessura possuem três lâminas, e os de 8 a 18 mm
(foto), cinco.
Uso: móveis e painéis divisórios.
Vantagens e desvantagens: as chapas de compensado são as
madeiras industrializadas mais antigas – chegaram ao Brasil na década de 40.
“Como o nome diz, uma lâmina compensa as tensões no sentido contrário da outra.
Assim, ao receber peso, as fibras o distribuem melhor, o que torna o conjunto
bem estável”, esclarece Antonio Franco. Apesar de ser muito resistente e
durável – diversos especialistas acreditam que seja a melhor das opções -,
depois do advento do MDP e do MDF, o compensado perdeu espaço por ser mais caro
e menos sustentável. “Segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria
de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), 40% do compensado brasileiro
ainda é produzido com matéria-prima proveniente de floresta nativa”, enfatiza o
arquiteto.
OSB (Oriented Strand
Board – painel de lascas de madeira orientadas)
Móvel OSB
Composição: lascas de madeira são prensadas em três camadas
perpendiculares e unidas com resina aplicada sob alta pressão e temperatura.
Aparência: as grandes lascas ficam evidentes.
Tipos de revestimento: normalmente, não recebem acabamento.
“Por ser rugoso, o OSB aceita somente aplicação de vernizes e tinta. Produtos
laminados não aderem bem”, afirma Paulo Alves.
Dimensões: as placas costumam medir 2,20 x 1,10 m e 2,44 x
1,22 m. As espessuras vão de 6 a 30 mm.
Uso: vistas como tapumes em obras, as chapas também são
empregadas em painéis, móveis e projetos alternativos de decoração. Por ser
fabricado com cola resistente à umidade, o OSB pode ser ainda opção para móveis
de ambientes externos.
Vantagens e desvantagens: “A mais barata das chapas é a
mais impermeável”, garante o designer. Quanto à força e à capacidade de
suportar cargas, tem características semelhantes às dos painéis de MDF e de
MDP.
Referências
http://casa.abril.com.br/materiais-construcao/chapas-de-madeira-um-raio-x-dos-materiais-mais-usados-na-confeccao-de-moveis/
https://duasguriasdesign.wordpress.com/2016/03/07/madeira-industrializadas/
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